Apresentador esteve no palco principal do evento para contar sua história,
inspirar os participantes e compartilhar ensinamentos da carreira e da vida
“Nossa conversa é sobre crianças”, iniciou Rodrigo Faro assim que subiu ao
palco da Arena Magalu, principal espaço de conteúdo da Gramado Summit. Ele
foi um dos destaques nesta sexta, 6 – terceiro e último dia do evento, que
ocorre no Serra Park, em Gramado.
Faro começou cedo no mundo artístico e, ao longo da carreira, mostrou-se
polivalente. Ele é ator, apresentador, cantor, garoto-propaganda,
empreendedor, executivo, além de pai, marido, filho, irmão e tudo que a vida
lhe apresentou como oportunidade.
Foi com toda essa bagagem que ele subiu ao palco do maior brainstorm de
inovação e empreendedorismo da América Latina. Junto, trouxe a criança que
ainda existe dentro dele. “Eu era conhecido como o menino que queria
aparecer, pois desde criança gostei de divertir as pessoas. Elas estavam
certas sobre mim”, contou, diante de um auditório lotado.
A questão, segundo Faro, é que enquanto criança todo mundo tem liberdade
para ser quem quiser, sem medo de fazer o que a imaginação mandar. Conforme
o tempo passa, no entanto, os “nãos” começam a aparecer e a magia da
infância fica pelo caminho.
Essa percepção pode ser decisiva na carreira, pois influencia diretamente em
como um profissional vai ser reconhecido. “Todos somos uma marca – e uma
marca precisa ser querida, amada. Não é sobre quem você quer ser, mas o que
quer ser quando crescer”, definiu.
Faro entende, agora, que encarou tantos desafios logo cedo porque entendeu a
diferença entre querer, poder e precisar. Muitas vezes precisava deixar o
futebol com os amigos pela metade para gravar comerciais, por exemplo.
Lembra da mãe, professora, contando com seu apoio para dar conta de todas as
necessidades da família.
“Infelizmente, o professor não é valorizado no Brasil. Valorize, dobre seus
joelhos para quem ensinou algo a você. Se você está aqui hoje é porque
alguém lhe ensinou”, pediu aos participantes.
Vieram novos trabalhos e a vida foi se encaminhando para um desfecho
favorável. Cantor no Dominó (“eu afundei o grupo”, diverte-se), ator de
novelas da Globo, apresentador na Record e até executivo de marketing na
indústria farmacêutica. Se tudo parecia completo, ele queria mais: criou uma
empresa para democratizar o acesso à publicidade no Brasil, a Aceleraí.
“Essa era uma dor que eu sentia e queria deixar um legado”, comemora.
E foi como apresentador que ele se reencontrou com a criança interna. O
auge, obviamente, veio com o “Dança, Gatinho”, quando retomou um hábito que
abandonara décadas atrás: o de dançar para divertir as pessoas. Quando
criança, gostava de sair do banho sem roupa, dançando e arrancando risos da
família – até o dia em que a avó recebia visitas bem na hora da performance.
O episódio lhe rendeu um castigo, registrado com foto que chegou ao telão da
Gramado Summit.
“O ‘Dança, Gatinho’ nada mais é do que a minha criança brincando no palco,
como todo mundo faz. Não parem nunca enquanto vocês não se orgulharem da
trajetória de vocês. Quando você começar a se orgulhar de sua luta, é sinal
de que está no caminho certo”, completou.
Foto – Gerson Sorgetz